Nos últimos anos, o interesse por animais exóticos como pets tem crescido de forma considerável, e uma das opções que tem conquistado muitos entusiastas é a tarântula. Embora muitos associem essas aranhas a medos e superstições, elas se tornaram animais de estimação populares devido à sua aparência fascinante, comportamento único e, surpreendentemente, facilidade de cuidados.
Ao contrário de outros animais de estimação, como cães e gatos, as tarântulas exigem menos atenção diária e são ideais para quem busca um animal de companhia mais tranquilo e discreto. Elas oferecem uma experiência de cuidado única, sendo perfeitas para aqueles que têm pouco espaço ou tempo, mas que desejam se conectar com um ser vivo de maneira significativa.
Neste guia, vamos explorar tudo o que você precisa saber para criar e cuidar de uma tarântula com sucesso. Desde a escolha da espécie ideal até a montagem do ambiente perfeito, passando pelos cuidados com alimentação, saúde e segurança. Vamos ajudá-lo a se tornar um dono responsável e bem-informado, garantindo o bem-estar do seu novo amigo aracnídeo e uma convivência tranquila e enriquecedora. Se você está pensando em adotar uma tarântula ou já tem uma em casa, este guia será um recurso valioso para garantir que você esteja preparado para essa experiência única!
O que é uma Tarântula?
As tarântulas são aranhas pertencentes à família Theraphosidae, que conta com mais de 900 espécies diferentes. Essas aranhas são amplamente reconhecidas por seu tamanho imponente, pernas longas e peludas, e aparência exótica. Embora muitas pessoas as vejam com receio, as tarântulas são, na verdade, criaturas fascinantes e geralmente muito calmas quando mantidas em ambientes adequados.
Características principais das tarântulas incluem:
- Tamanho: Algumas espécies podem alcançar até 30 cm de envergadura, com pernas que podem ser duas ou três vezes o comprimento do corpo. Essa grande dimensão é uma das características mais marcantes.
- Pelos urticantes: Muitas possuem pelos finos e irritantes na parte de trás do abdômen. Quando se sentem ameaçadas, elas podem soltar esses pelos, que causam irritação na pele ou nas mucosas de predadores ou, ocasionalmente, de seus donos.
- Veneno: Embora todas possuam veneno para imobilizar suas presas, a maioria das espécies não apresenta riscos graves para os seres humanos. O veneno de uma tarântula é comparável ao de uma picada de abelha, causando apenas reações alérgicas ou dor localizada em alguns casos. No entanto, sempre é importante manusear com cautela.
- Longevidade: Elas têm uma vida útil consideravelmente longa, especialmente as fêmeas, que podem viver de 10 a 30 anos, enquanto os machos têm uma vida mais curta, geralmente entre 3 a 7 anos.
Espécies de Tarântulas
Existem diversas espécies de tarântulas, cada uma com suas peculiaridades. Algumas delas são mais populares entre os aficionados por tarântulas devido à sua facilidade de cuidado e temperamento dócil. Abaixo, destacamos algumas das espécies mais conhecidas:
- Grammostola rosea: Também conhecida como tarântula chilena, é uma das espécies mais comuns entre os iniciantes. Possui um temperamento tranquilo e é relativamente fácil de cuidar. Sua coloração varia do rosa claro ao marrom, o que a torna visualmente atraente.
- Brachypelma hamorii (ou Brachypelma smithi): Popularmente chamada de tarântula mexicana de joelhos vermelhos, essa espécie é famosa por suas cores vibrantes, com joelhos e patas vermelhas contrastando com o corpo negro. Além de sua beleza, é conhecida por seu comportamento pacífico, sendo uma excelente opção para quem está começando.
- Acanthoscurria geniculata: Também conhecida como tarântula de joelhos brancos, essa espécie possui uma das características mais impressionantes entre as tarântulas, com a combinação de pernas largas e listradas em preto e branco. Sua personalidade é mais ativa e, por isso, é mais indicada para cuidadores experientes.
- Poecilotheria metallica: Esta espécie é bastante exótica e apreciada por sua coloração metálica azul e padrões de marcação. Ela é nativa da Índia e é considerada de manuseio mais delicado, sendo ideal para quem tem experiência com tarântulas.
Cada espécie tem suas próprias necessidades em relação ao ambiente, alimentação e cuidados, e a escolha da espécie certa vai depender do nível de experiência do cuidador e do tipo de interação que deseja ter com o animal.
No geral, todas compartilham a característica de serem predadoras carnívoras, alimentando-se principalmente de insetos, mas algumas espécies maiores podem até caçar pequenos vertebrados, como rãs ou roedores.
Escolhendo a Tarântula Certa
Escolher a tarântula certa é um passo fundamental para garantir que sua experiência como dono de um pet aracnídeo seja positiva e tranquila. Embora todas compartilhem algumas características em comum, elas variam bastante em termos de temperamento, necessidades de cuidados e comportamento. Por isso, antes de tomar a decisão de adotar uma, é importante considerar alguns fatores essenciais que vão influenciar diretamente na sua convivência com o animal.
Fatores a Considerar ao Escolher Uma Tarântula
- Espécie e Temperamento
- O temperamento pode variar bastante entre as espécies. Algumas são extremamente dóceis e podem ser manuseadas com mais frequência, enquanto outras são mais nervosas e tendem a se esconder ou a adotar uma postura defensiva quando se sentem ameaçadas.
- Se você é iniciante, uma boa opção é começar com espécies conhecidas por seu comportamento mais calmo, como a Grammostola rosea ou a Brachypelma hamorii. Essas espécies são frequentemente recomendadas para quem está começando, pois não são agressivas e são relativamente fáceis de cuidar.
- Já espécies como a Poecilotheria metallica ou a Haplopelma lividum possuem temperamentos mais ariscos e exigem maior experiência, sendo mais indicadas para cuidadores experientes que sabem lidar com aranhas mais nervosas.
- Tamanho e Espaço Necessário
- O tamanho do seu pet também deve ser levado em consideração, pois diferentes espécies exigem diferentes tamanhos de terrário. Espécies maiores, como a Theraphosa blondi (a maior do mundo), precisarão de um terrário significativamente maior para se sentirem confortáveis.
- Tarântulas menores, como a Avicularia avicularia (tarântula arvore), podem viver bem em terrários mais compactos, mas, em geral, todas as tarântulas precisam de espaço suficiente para se movimentar, se esconder e criar sua teia.
- Necessidades de Cuidados Específicos
- Cada espécie tem requisitos específicos de temperatura, umidade e ambiente. Algumas espécies, como as tarântulas do deserto, exigem temperaturas mais altas e um ambiente mais seco, enquanto outras, como as tarântulas arborícolas (que vivem nas árvores), precisam de umidade mais elevada.
- Além disso, algumas espécies são mais sensíveis a mudanças nas condições do ambiente e exigem um cuidado mais detalhado, enquanto outras são mais resistentes e podem tolerar uma certa variação nas condições de vida.
- Longevidade
- Possuem uma longevidade bastante variável, dependendo da espécie. As fêmeas de algumas espécies podem viver de 10 a 30 anos, enquanto os machos geralmente têm uma vida mais curta, de 3 a 7 anos.
- Se você busca um companheiro de longa data, uma espécie de vida longa, como a Grammostola pulchra, pode ser uma boa escolha. Já se você prefere uma experiência mais curta, pode optar por uma espécie com uma expectativa de vida mais breve.
Como Identificar uma Tarântula Saudável para Compra
Ao adquirir um exemplar, é essencial garantir que ele seja saudável e livre de doenças ou parasitas. Aqui estão alguns cuidados para ajudar na hora da compra:
- Aparência Geral
- Verifique se está com o exoesqueleto inteiro, sem rachaduras ou deformidades evidentes. A pele deve estar brilhante e sem manchas escuras ou sinais de lesões.
- Ela deve ter um formato corporal saudável, com as pernas bem desenvolvidas e sem sinais de mutilação ou danos. Um animal saudável se movimenta com agilidade e tem boa resposta a estímulos.
- Atividade
- Embora sejam criaturas mais sedentárias durante o dia, elas não devem estar excessivamente apáticas. Uma tarântula saudável pode estar um pouco mais escondida, mas deve mostrar interesse quando mexida ou quando alguém se aproxima de seu habitat.
- Fique atento para sinais de letargia excessiva ou falta de movimento, pois isso pode ser um indicativo de doença ou desidratação.
- Sinais de Parasitismo ou Doenças
- Verifique se apresenta qualquer sinal de infecção, como secreção nas aberturas do corpo (ossos respiratórios ou pedipalpos) ou se o abdômen está muito inchado, o que pode indicar uma infecção interna.
- Fique atento também aos sinais de parasitas externos, como pequenos insetos ou fungos que possam estar grudados na superfície do exoesqueleto ou ao redor da região dos pulmões (espiráculos).
- Origem do Animal
- Sempre que possível, adquira seu exemplar de fontes confiáveis, como criadores especializados, lojas de animais exóticos de boa reputação ou feiras de animais. Evite comprar de vendedores informais ou em lugares que não possam garantir o bem-estar do animal.
- Se foi capturada na natureza, há maiores chances de o animal estar estressado ou com problemas de adaptação. Prefira sempre animais que foram criados em cativeiro, pois eles têm maior chance de adaptação ao novo lar.
Preparando o Terrário para a Tarântula
Criar o ambiente perfeito é essencial para garantir o bem-estar do seu pet. As tarântulas, como todos os seres vivos, têm necessidades específicas de habitat, e um terrário bem montado pode fazer toda a diferença no comportamento e saúde do animal. A seguir, vamos explorar os principais aspectos para preparar um terrário adequado.
Tamanho e Tipo de Terrário
O tamanho do terrário vai depender diretamente do tamanho da espécie que você escolheu. Em geral, o terrário deve ser grande o suficiente para permitir que a tarântula se movimente confortavelmente, mas sem ser excessivamente espaçoso, a ponto de deixar o animal se sentindo desorientado ou inseguro.
- Terrários para Espécies Pequenas: Espécies como a Grammostola rosea ou Brachypelma hamorii, que não crescem muito, podem viver bem em terrários de 20 a 30 litros. Para essas, um espaço de 30x30x30 cm (largura, profundidade, altura) é suficiente para garantir que elas possam se mover e se esconder.
- Terrários para Espécies Grandes: Espécies como a Theraphosa blondi (uma das maiores tarântulas) ou a Acanthoscurria geniculata, que crescem bastante, necessitarão de um espaço maior, de pelo menos 40x40x40 cm, ou até mais, dependendo do tamanho do animal. Elas preferem ter espaço para escavar e criar sua teia.
- Tipo de Terrário: O mais comum é o terrário de vidro, pois é fácil de limpar e permite uma boa visibilidade do animal. Alguns donos preferem terrários de acrílico, que são mais leves, mas ambos os materiais são adequados, desde que o terrário tenha boa ventilação. Garanta que o terrário tenha uma tampa segura, já que as tarântulas podem ser boas escapistas!
Substrato: Opções e Como Preparar o Ambiente
O substrato é uma parte crucial na criação do ambiente para esses animais, pois ele ajuda a manter a umidade adequada, serve como base para escavações e também facilita a coleta de restos alimentares.
- Fibra de Coco: Um dos substratos mais populares e versáteis. Ele retém bem a umidade, é fácil de manejar e proporciona uma boa base para escavações, o que é importante para espécies que gostam de cavar, como a Haplopelma lividum. A fibra de coco também ajuda a manter um ambiente saudável, pois é menos propensa a desenvolver fungos ou parasitas.
- Terra ou Solo de Jardim: Solo comum de jardim pode ser utilizado, mas é importante garantir que ele não tenha pesticidas ou fertilizantes, pois essas substâncias podem ser prejudiciais à saúde delas. O solo deve ser leve e bem arejado.
- Musgo de Sphagnum: Ideal para manter a umidade mais alta, esse tipo de musgo é particularmente útil para tarântulas arborícolas ou espécies que precisam de um ambiente mais úmido, como a Avicularia avicularia. Ele também é excelente para cobrir o fundo do terrário, pois ajuda a manter o substrato úmido por mais tempo.
- Camada de Substrato: A profundidade do substrato deve ser de pelo menos 5 a 10 cm, dependendo da espécie. Espécies que gostam de escavar, como a Brachypelma smithi, precisarão de mais profundidade para criar buracos, enquanto outras podem se contentar com uma camada mais rasa.
Temperatura e Umidade: Condições Ideais para Cada Espécie
Cada espécie tem preferências específicas quando se trata de temperatura e umidade, por isso é importante garantir que essas condições sejam atendidas para que sua tarântula esteja confortável e saudável.
- Temperatura: Em geral, preferem temperaturas entre 24°C e 28°C. Algumas espécies mais tropicais, como as Poecilotheria ou Avicularia, podem tolerar temperaturas mais altas, enquanto as de climas mais secos, como a Grammostola rosea, preferem temperaturas mais amenas, ao redor de 22°C a 26°C.
- Para manter a temperatura ideal, você pode usar uma lâmpada de aquecimento ou um tapete térmico no fundo do terrário. Evite aquecer o ambiente de forma excessiva, pois temperaturas acima de 30°C podem ser prejudiciais.
- Umidade: A umidade é outro fator importante a ser controlado no terrário. Espécies de regiões mais secas, como a Acanthoscurria geniculata, preferem um ambiente com umidade mais baixa, entre 50% e 60%. Já espécies tropicais, como a Avicularia avicularia ou a Poecilotheria metallica, exigem um nível de umidade mais alto, entre 70% e 80%.
- Para manter a umidade ideal, é possível utilizar um medidor de umidade (higrômetro) para monitorar constantemente as condições dentro do terrário. Para aumentar a umidade, borrife água no substrato, mas sem encharcar. Uma boa dica é colocar uma bandeja com água dentro do terrário para ajudar a manter a umidade sem o risco de um excesso.
Decoração e Esconderijos: Conforto e Segurança para a Tarântula
Como são animais naturalmente reclusos, apreciam ter esconderijos no seu ambiente. Fornecer locais onde elas possam se esconder e se sentir seguras é essencial para o bem-estar delas. Além disso, a decoração também ajuda a criar um habitat mais natural e enriquecido.
- Esconderijos: Uma boa prática é incluir pelo menos um esconderijo no terrário, como um tubo de papelão, uma caverna ou pedaços de madeira. Elas gostam de ter um espaço privado onde possam se refugiar, principalmente durante o período de muda ou quando se sentem ameaçadas.
- Decoração: Além dos esconderijos, você pode adicionar ramos, pedras ou raízes para proporcionar mais estrutura ao ambiente. No caso de espécies arborícolas, ramos e galhos são essenciais, já que elas gostam de se movimentar nas alturas. Para as espécies terrestres, uma camada mais espessa de substrato será importante para escavações.
- Evitar Superlotação: Embora a decoração seja importante, lembre-se de que o terrário deve ter espaço suficiente para ela se mover confortavelmente. Evite colocar muitos objetos, pois isso pode fazer com que o ambiente se torne apertado e desconfortável.
Alimentação e Dieta
Como todas as aranhas, elas são predadoras carnívoras e têm uma dieta bastante específica. Sua alimentação é uma parte importante dos cuidados, não apenas para garantir que elas se mantenham saudáveis, mas também para entender o que elas realmente precisam para crescer e viver bem. A seguir, vamos ver o que comem, como fornecer uma dieta equilibrada e qual é a frequência ideal de alimentação.
O Que Elas Comem?
Basicamente se alimentam de insetos e, em alguns casos, pequenos vertebrados. Na natureza, elas caçam uma grande variedade de presas, como insetos, aracnídeos menores, répteis pequenos, anfíbios e até roedores de tamanho reduzido. Em cativeiro, elas podem ser alimentadas com uma dieta bem controlada e balanceada, que pode incluir:
- Insetos vivos como:
- Grilos: São uma das opções mais comuns e nutritivas. Têm um bom valor proteico e são relativamente fáceis de encontrar.
- Camarões secos ou vivos: Em algumas espécies, os camarões podem ser oferecidos como uma variedade.
- Lombrigas ou minhocas: Também são uma excelente fonte de proteína e muito nutritivas.
- Baratas: Em algumas espécies, como as maiores, as baratas podem ser uma excelente fonte de alimento. Elas são ricas em nutrientes, mas é preciso garantir que as baratas não sejam tratadas com pesticidas.
- Ratos e pequenos vertebrados: Para as maiores, como a Theraphosa blondi, pode-se oferecer presas maiores, como filhotes de ratos. No entanto, esse tipo de alimentação não é comum para todas as espécies e deve ser oferecido com cautela, pois pode ser difícil de digerir para espécies menores.
- Outros insetos: Além de grilos, pode-se oferecer tenébrios (larvas de besouro), e mariposas. Esses alimentos são ideais porque podem ser encontrados em lojas especializadas para animais exóticos.
- Suplementação: Uma boa alimentação envolve também a suplementação, já que os insetos podem não conter todos os nutrientes necessários. Oferecer poeira de cálcio (usada para répteis) ou vitaminas específicas para artrópodes é uma prática comum para manter seu animal saudável.
Como Fornecer uma Dieta Equilibrada
A dieta deve ser equilibrada para garantir que elas recebam todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Aqui estão algumas dicas para manter a dieta adequada:
- Tamanho da Presa: Ofereça presas que não sejam maiores do que o tamanho do corpo da tarântula, para evitar dificuldades de alimentação ou lesões. Prestar atenção ao tamanho das presas é essencial para o bem-delas.
- Variedade de Presas: Embora os grilos sejam uma opção prática e fácil, é recomendável variar a dieta para garantir que obtenha todos os nutrientes de que precisa. Combine insetos de diferentes tipos, como baratas, tenébrios e camarões, para proporcionar uma alimentação mais equilibrada.
- Hidratação: Maior parte da sua hidratação através dos alimentos, mas também é essencial que você ofereça água fresca no terrário. Coloque uma pequena tigela ou um pedaço de esponja úmida para que ela possa beber quando necessário. Lembre-se de que a água deve ser trocada regularmente.
- Evitar Alimentação Excessiva: Ao contrário de muitos outros animais de estimação, elas não têm um apetite constante e geralmente se alimentam quando estão com fome. Evite alimentar sua tarântula excessivamente, pois isso pode levar a problemas de obesidade ou dificuldades digestivas.
Frequência de Alimentação: Como Saber Quando Alimentar a Tarântula
A frequência com que você deve oferecer alimento vai depender de alguns fatores, como a espécie, a idade e o tamanho do animal. Aqui estão algumas diretrizes gerais para ajudar a entender quando alimentar:
- Jovens: Em fase de crescimento, como as jovens e filhotes, geralmente se alimentam mais frequentemente. Durante os primeiros meses de vida, elas podem precisar de alimentação a cada 2 a 3 dias. Ofereça presas pequenas, como grilos ou larvas de tenébrios.
- Adultas: Adultos, especialmente as fêmeas, podem ser alimentadas com menos frequência. Elas podem ser alimentadas uma vez por semana ou a cada 10 dias. Espécies maiores, como a Theraphosa blondi, podem precisar de uma alimentação mais espaçada, enquanto espécies menores podem precisar de alimentação mais frequente.
- Comportamento e Apetite: Preste atenção ao comportamento. Se ela estiver desinteressada na comida ou se escondendo por longos períodos, isso pode ser um sinal de que ela não está com fome. Se, por outro lado, ela estiver ativa e à caça de presas, isso pode indicar que é hora de alimentar. Também é importante observar a muda (ecdise), pois as tarântulas geralmente não comem enquanto estão mudando de pele.
- Excesso de Alimento: Não deixe restos de alimentos no terrário, pois isso pode causar problemas de higiene e atrair parasitas. Caso não tenha sido consumido em até 24 horas, remova os restos de insetos para evitar que eles se decomponham e sujem o ambiente.
Cuidados com a Saúde e Higiene da Tarântula
Elas são animais resistentes, mas, como qualquer outro pet, elas precisam de cuidados adequados para se manterem saudáveis. Uma boa higiene no terrário e atenção aos sinais de problemas de saúde podem ajudar a evitar doenças e garantir que sua tarântula tenha uma vida longa e saudável
Como Evitar Doenças Comuns em Tarântulas
Embora não sejam particularmente suscetíveis a muitas doenças, elas podem ser afetadas por alguns problemas de saúde se as condições do ambiente não forem adequadas. Para evitar isso, siga estas recomendações:
- Manutenção das Condições Ambientais Ideais:
- Elas são muito sensíveis a mudanças abruptas nas condições de temperatura e umidade. Manter a temperatura e a umidade constantes e dentro dos limites recomendados para a espécie é fundamental para evitar problemas de saúde, como desidratação ou infecções respiratórias.
- Use um medidor de umidade e temperatura (higrômetro e termômetro) para garantir que o ambiente esteja sempre dentro das faixas ideais para a espécie escolhida.
- Alimentação Adequada:
- Uma dieta equilibrada e com presas adequadas ao tamanho da tarântula é crucial. Evite alimentá-la com presas de tamanhos excessivos ou com alimentos impróprios (como insetos de origem duvidosa ou com pesticidas), que podem causar problemas digestivos ou intoxicações.
- Ofereça uma dieta variada e garanta que tenha água fresca disponível no terrário, para evitar desidratação, que é uma das causas mais comuns de problemas de saúde.
- Higiene do Terrário:
- Limpeza regular do terrário é importante para prevenir fungos, bactérias ou parasitas. Verifique a presença de alimentos não consumidos, restos de presas ou resíduos, que podem apodrecer e criar um ambiente propício para o crescimento de fungos e bactérias.
- Evite o uso de produtos de limpeza agressivos ou com cheiro forte, pois eles podem prejudicar a saúde da sua tarântula. Utilize água morna e, se necessário, sabão neutro para a limpeza.
Sinais de Que Sua Tarântula Não Está Saudável
Elas não apresentam sintomas de doenças da mesma forma que os mamíferos, mas há certos sinais que podem indicar que algo não está bem. Aqui estão alguns dos principais sinais de que sua tarântula pode estar doente:
- Desidratação:
- A desidratação é um problema comum e pode ocorrer se o ambiente estiver muito seco ou se não houver água suficiente disponível. Sinais de desidratação incluem:
- Pele ressecada ou opaca: O exoesqueleto da tarântula pode aparecer mais opaco e seco.
- Dificuldade para se mover: Se desidratadas podem se mover de maneira mais lenta ou parecida com “fraqueza”.
- Perda de brilho no corpo: Quando bem hidratada tem um brilho característico no exoesqueleto, que se perde quando ela está desidratada.
- Solução: Se notar sinais de desidratação, aumente a umidade do terrário, oferecendo uma área com água fresca e borrifando o substrato com água limpa. Evite borrifar diretamente sobre a tarântula, pois isso pode causar estresse.
- A desidratação é um problema comum e pode ocorrer se o ambiente estiver muito seco ou se não houver água suficiente disponível. Sinais de desidratação incluem:
- Perda de Apetite:
- A perda de apetite, especialmente se for prolongada, pode ser um sinal de que algo não está certo. Isso pode ocorrer devido ao estresse, mudanças nas condições do ambiente, ou até doenças internas. Ela pode também parar de comer durante a muda (ecdise), o que é normal.
- Solução: Verifique se está em período de muda e, se for o caso, evite manuseio e aguarde. Se a falta de apetite persistir por mais de uma ou duas semanas, considere consultar um especialista.
- Comportamento Anômalo:
- Se estiver excessivamente agitada, se escondendo por períodos muito longos sem motivo aparente, ou se mostrando agressiva sem estímulos claros, isso pode ser um sinal de estresse, dor ou doença.
- Solução: Avalie o ambiente em que ela está. Isso inclui temperatura, umidade e a presença de possíveis predadores ou estímulos que possam estar causando estresse.
Como Fazer a Limpeza do Terrário e Evitar Fungos ou Parasitas
Manter o terrário limpo e saudável é um passo essencial para garantir o seu bem-estar. Aqui estão as melhores práticas para limpeza e cuidados com o ambiente:
- Limpeza Regular:
- Retire os restos de alimentos não consumidos dentro de 24 horas para evitar a decomposição e o surgimento de bactérias ou fungos.
- Realize uma limpeza geral do terrário a cada 2 semanas, removendo o substrato usado e substituindo por uma camada fresca. Ao fazer isso, sempre inspecione o fundo do terrário em busca de sinais de fungos ou mofo.
- Ventilação Adequada:
- Certifique-se de que o terrário tenha ventilação adequada. Se a ventilação for insuficiente, o ambiente pode se tornar propenso a fungos e doenças respiratórias. Use um terrário com aberturas para circulação de ar e evite excesso de umidade.
- Desinfecção Leve:
- Quando for necessário realizar uma limpeza mais profunda, use sabão neutro e água morna para lavar as superfícies do terrário. Evite produtos químicos agressivos ou com fragrâncias.
- Lave todos os itens do terrário, incluindo esconderijos, pedras e acessórios, para evitar qualquer contaminação ou parasitas. Deixe secar bem antes de reintroduzir a tarântula no ambiente.
- Monitoramento de Fungos e Parasitas:
- Fique atento a qualquer sinal de fungos ou parasitas no substrato ou nas superfícies do terrário. O mofo pode aparecer quando a umidade está muito alta ou quando o substrato está muito úmido. Se isso ocorrer, retire imediatamente o substrato afetado e faça a troca por uma camada nova e seca.
- Além disso, inspecione sua tarântula regularmente para identificar sinais de ácaros ou vermes, especialmente ao redor das patas ou do abdômen. Se você notar qualquer parasita, busque orientação veterinária especializada.
Como Lidar com a Muda (Ecdise)
A muda, também conhecida como ecdise, é um processo natural e essencial para o crescimento dessa espécie. Durante esse processo, elas trocam seu exoesqueleto antigo por um novo, mais flexível, permitindo que continuem crescendo. Embora a muda seja uma parte normal da vida, ela exige cuidados especiais, pois pode ser um período delicado para o animal
O que é a Muda e Como Ela Acontece
A muda (ecdise) é um processo em que a aranha descarta seu exoesqueleto antigo para dar lugar a um novo, maior e mais flexível. Isso ocorre porque, ao longo do tempo, o exoesqueleto da tarântula se torna rígido e não permite que o animal continue crescendo. Então ela “se desliga” de sua casca externa e se desprende dela para se tornar maior, embora o novo exoesqueleto seja inicialmente macio e vulnerável. A seguir, o exoesqueleto vai endurecer e adquirir a coloração definitiva com o tempo.
Cuidados Especiais Durante a Muda
Durante o processo de muda, são extremamente vulneráveis e mais sensíveis ao estresse. Por isso, os cuidados devem ser redobrados.
Evite Manipulação:
Durante a muda, ela está muito mais suscetível a lesões. Sua casca externa ainda está mole, e qualquer contato pode resultar em danos, que podem afetar a saúde dela permanentemente. Evite manusear sua tarântula ou perturbá-la de qualquer forma.
Manutenção da Umidade:
A umidade é um fator chave para uma muda bem-sucedida. Um ambiente úmido ajuda a soltar o exoesqueleto de maneira mais fácil e menos traumática. Se você perceber que ela está prestes a mudar, aumente a umidade do terrário, borrifando água nas superfícies ou mantendo uma bandeja com água para ajudar a manter o ambiente úmido (acima de 70% de umidade).
Ambiente Tranquilo e Sem Perturbações:
Durante a muda, ela fica em um estado de “descanso”, e é importante que o ambiente esteja calmo. Evite barulhos altos ou mudanças no terrário, como rearranjar o substrato ou mexer nos esconderijos. Isso pode causar estresse, o que pode afetar o sucesso da muda.
Espaço Adequado:
Deixe espaço suficiente para que ela consiga se mover durante a troca de pele. Não a pressione ou tente “ajudar” a desprender o exoesqueleto. Isso deve ocorrer de maneira natural.
Como Identificar se Ela Está Prestes a Mudar
Existem alguns sinais visíveis que indicam que ela está prestes a iniciar o processo de muda:
- Comportamento Incomum:
Ela pode se tornar mais reclusa, ficando escondida em seu abrigo por longos períodos. Além disso, ela pode se mover de maneira mais lenta ou ficar mais passiva, uma vez que está concentrada na preparação para a muda.
- Mudança no Apetite:
Pode perder o apetite e não se interessar pelas presas. Isso é normal e acontece porque o foco da tarântula é na preparação para a muda, não na alimentação.
- Mudança no Exoesqueleto:
Você pode perceber que ela começa a ter um exoesqueleto opaco ou turvo, especialmente nos olhos (chamados de “olhos de vidro”). Isso ocorre porque começa a formar uma nova camada de exoesqueleto sob a antiga, tornando a superfície antiga menos transparente.
- Aparência do Abdômen:
O abdômen pode se tornar um pouco mais arredondado e distendido, pois a tarântula acumula fluidos e líquidos para ajudar a suavizar o exoesqueleto durante a muda.
O Que Fazer Se a Tarântula Tiver Dificuldades na Muda
Embora a muda seja um processo natural, algumas podem ter dificuldades durante esse processo. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como baixa umidade, estresse, problemas de saúde ou até um exoesqueleto particularmente resistente. Se sua tarântula enfrentar dificuldades na muda, existem algumas ações que você pode tomar:
- Aumente a Umidade:
Se você notar dificuldade para completar a muda, aumente a umidade no terrário imediatamente. Borrife água no substrato (não diretamente na tarântula) ou coloque uma bandeja de água no fundo para ajudar a criar um ambiente mais úmido.
- Não Force a Muda:
Não tente ajudar a se livrar do exoesqueleto. Isso pode causar sérios danos ao seu corpo. Deixe o processo acontecer de maneira natural, mesmo que demore mais tempo. Elas geralmente conseguem completar a muda sozinhas, desde que as condições ambientais sejam adequadas.
- Verifique por Dificuldades Físicas:
Se você perceber que está tendo dificuldades para se desprender do exoesqueleto, como se estivesse “preso” em algumas partes, é possível que o problema seja causado por desidratação ou uma falta de espaço adequado. Verifique se o substrato está úmido o suficiente e se há espaço para a tarântula se mover livremente.
- Procure Ajuda Veterinária:
Se após ajustar a umidade e o ambiente, sua tarântula continuar tendo dificuldades, ou se você perceber que ela ficou com partes do exoesqueleto antigo presas (como nas patas ou no abdômen), pode ser necessário buscar ajuda de um veterinário especializado em aracnídeos. Em casos extremos, um veterinário pode ajudar a remover as partes presas sem prejudicar o animal.
Tarântulas e Segurança
O manuseio desses animais exige muito mais cautela do que o de outros pets, como cães e gatos, por conta da natureza reservada e delicada desses aracnídeos. Embora a maioria não seja agressiva, é essencial seguir algumas orientações para evitar acidentes:
- Evite Manuseio Excessivo:
- Elas não são animais de estimação que gostam de ser manuseados frequentemente. Elas são criaturas solitárias e, por natureza, preferem ficar no seu terrário. Se não for necessário, evite pegá-las para evitar estresse, que pode prejudicar sua saúde.
- Técnica Correta de Manuseio:
- Caso precise manusear, sempre o faça com muito cuidado. Use as mãos com movimentos suaves e nunca pressione ou force o animal. Em vez de tentar agarrá-la, use um recipiente pequeno ou uma caixa de transporte para mover a tarântula de um local para outro, caso necessário.
- Se for pegar a tarântula diretamente, deslize as mãos ao longo do corpo dela de forma lenta e tranquila, permitindo que ela suba suavemente em suas mãos. Evite movimentos bruscos, pois isso pode estressá-la e fazer com que ela se sinta ameaçada, levando-a a reagir.
- Não Levante a Tarântula Pelas Patas:
- Sempre evite pegar pelas patas, pois isso pode causar fraturas ou danos ao seu exoesqueleto. Levante-a pelo corpo de maneira firme, mas sem pressionar.
- Observe o Comportamento:
- Se ela estiver mostrando sinais de estresse, como levantar as patas traseiras (comportamento defensivo), movendo-se rapidamente ou tentando fugir, pare de manuseá-la imediatamente. Isso é um sinal de que ela está desconfortável e precisa de mais espaço.
O Que Fazer em Caso de Picada:
- Lave a área afetada com água e sabão para reduzir o risco de infecção.
- Aplique compressas frias para reduzir a dor e o inchaço.
- Observe a reação: Se a dor persistir ou se você notar sinais de uma reação alérgica mais grave, como dificuldade para respirar, inchaço facial ou boca, procure atendimento médico imediatamente.
- Se você souber que tem histórico de alergias a picadas de insetos ou venenos, leve um antihistamínico ou um EpiPen (em caso de reações alérgicas graves) com você, por precaução.
Como Garantir a Segurança da Tarântula Dentro de Casa
Além da segurança no manuseio, é importante garantir que ela esteja em um ambiente seguro dentro de sua casa. Aqui estão algumas dicas para prevenir fugas e garantir que o terrário seja um local adequado para o bem-estar do animal:
- Evitar Fugas:
- Feche bem o terrário: Certifique-se de que a tampa ou a vedação do terrário esteja bem fechada e segura. Tarântulas podem ser muito habilidosas em encontrar pequenos espaços para escapar, então verifique se o local onde o terrário fica armazenado está bem vedado.
- Utilize um terrário com segurança: Alguns terrários possuem tampas de ventilação com mecanismos de segurança para evitar que a tarântula consiga abrir. Prefira terrários com esses recursos, ou, se for usar um aquário comum, opte por tampas com travas.
- Ambiente Seguro:
- Coloque o terrário em um local tranquilo: Escolha um local para o terrário que esteja livre de vibrações fortes ou riscos de quedas. Evite locais com tráfego intenso de pessoas ou animais domésticos, como cães e gatos, que possam causar estresse à tarântula ou mesmo tentar invadir o terrário.
- Verifique o terrário regularmente: Faça inspeções periódicas para garantir que o substrato, a umidade e a temperatura estejam adequados, além de garantir que o ambiente continue seguro e confortável.
- Manuseio e Interação com Outros Animais:
- Evite contato com outros animais: Se você tem outros animais de estimação em casa, como cães ou gatos, mantenha-os afastados do terrário. Mesmo que o animal pareça calmo, o cheiro ou o movimento de outros animais pode estressar seu animal, e existe o risco de ela ser atacada, caso haja um acidente.
- Não Deixe Crianças Manusearem Sem Supervisão:
- Embora as tarântulas possam ser pets interessantes para crianças, é importante supervisionar qualquer interação para garantir que não ocorram acidentes. As crianças devem ser ensinadas a respeitar os limites da aranha, nunca forçando o manuseio e sempre seguindo as instruções de segurança.
Conclusão
Criar uma tarântula pode ser uma experiência incrivelmente gratificante e única, especialmente para aqueles que buscam um animal de estimação exótico e fascinante. Embora as tarântulas exijam cuidados específicos e um entendimento profundo de suas necessidades, elas podem ser pets maravilhosos para os donos certos.
Se você está disposto a se dedicar a oferecer o melhor para sua tarântula, será recompensado com a visão de um animal fascinante e, muitas vezes, incompreendido. A cada nova muda, a cada novo comportamento observado, você poderá desfrutar de uma relação única com um dos seres mais antigos e incríveis do nosso planeta.